sábado, 9 de abril de 2011

Caixa de Pandora

Tanto fizeram que finalmente conseguiram oficializar o preconceito no Brasil.
A Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Jean Wyllys, Bancada Evangélica, Marta Suplicy e Bolsonaro finalmente tem seu protagonismo garantido. Skinheads, neo-nazistas, nacionalistas, LGBT's, intolerantes em geral também... como side effect. Eles agora tem representação e até espaço na mídia, oficiosamente.
Parece até que todos desataram a tomar um partido.
Melhor seria simplesmente dar-lhes de ombros.
Ao preconceito, preconceituosos: ostracismo. Quem são mesmo Bolsonaro e Preta Gil???

Clístenes, no ano de 510 A.C. decretou em Atenas uma forma de punição política como luta contra a tirania que significava a expulsão política e o exílio por um tempo de 10 anos. O ostracismo foi posto em prática no ano 487 A.C. O quarto político "agraciado" com o ostracismo em Atenas em 485 A.C. ou 482 A.C., não se sabe ao certo, foi Aristides, o Justo. Strategos Aristides, em conflito com Temístocles, foi condenado ao ostracismo. Conta-se que quando estava sendo decidido seu processo, numa assembléia popular, dele se acercou um cidadão pedindo-lhe que escrevesse ‘Aristides’ no óstraco. “Que mal te fez esse homem?”, indagou, “Nem sequer o conheço, mas meus ouvidos já se cansam de ouvir chamarem-lhe Justo”.
O ostracismo contribuiu para a manutenção da república, todavia. (Fonte: Wikipédia).

Essa política seria mais simples... mais barata. Mas aqui, onde "a Justiça pode ser cega; mas que olfato! Distingue classes sociais a quilômetros de distância"[1], não podemos exatamente confiar nos ST's, J's e TJ's espalhados pelo país. E nossa história com expurgos não é nenhuma lembrança agradável. O Brasil continua "um país remoto".
 
Mas essa turma ai, cuja compulsão natural à exposição e egolatria forçam um protagonismo como antídoto para seu rarefeito talento e propósito, ainda fomentará mais discussões e artigos desnecessários, intolerâncias mútuas sob as luzes dos holofotes.
Dar ouvidos a fundamentalistas, fánaticos e simpatizantes em geral é pura perda de tempo. Levá-los a sério traz o risco de criar no país campos de batalha para mais uma maldita "guerra santa" em prol de "causas justas". Pelo menos até o próximo carnaval chegar.
A caixa foi aberta.

Ressuscito então Itamar Assumpção e sua simplicidade minimalista:
"Aprendi que a desavença é por que sempre alguém pensa
Que ninguém mais tem razão".
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[1] Millôr

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